terça-feira, 28 de junho de 2011

Bibligabinete

          É incrível como a seleção de livros, específicos de uma determinada área, podem nos auxiliar num trabalho de conclusão. Pretendo desenvolver o seguinte tema: "Jogos e brincadeiras - excelentes aliados ao processo da alfabetização infantil". Por ora, já fiz empréstimo de onze exemplares no Setor Pedagógico, da Secretaria Municipal de Educação Cultura e Desporto, do  Balneário Pinhal; que vão me auxiliar e muito na pesquisa que pretendo iniciar, como professora voluntária, em uma tarde com uma turma de 1º ano do Ensino Fundamental de  Nove Anos.
      No artigo “O lúdico no currículo”, p. 45, lemos a seguinte legenda: “A inclusão de disciplinas que valorizam o brincar nos cursos de pedagogia ainda é recente e limitada”. Porém, a brinquedoteca da UFRGS é um exemplo de “como a universidade começa a cuidar de uma área que estava negligenciada”. E Tânia Fortuna considera fundamental que os professores entendam a relevância do brincar e tenham formação para lidar com o tema.
    “Um profissional sem orientação corre o risco de reproduzir o que viveu em sua infância, o que nem sempre é uma boa referência, já que o repertório pode ser limitado e carregado de preconceitos”, explica. Além disso, há também a preocupação de que os momentos de brincadeira envolvam algum conteúdo de alfabetização, matemática ou recreação em educação física. “uma das características da ludicidade é o mistério, a surpresa, e isso não acontece em uma atividade que sobrepõe a brincadeira e o ensino”, alerta Tânia.(...)
Se o bibligabinete da SMEC é importante não se são menos importantes as brinquedotecas nas universidades e nas escolas.

Fonte de pesquisa: 
Revista Pátio Educação Infantil, nº 27.

Cantinho da Fabi




Ambiente de trabalho da professora Fabiana – SMECD – Balneário Pinhal. Incrível como a personalidade de alguém é tão retratada por objetos que complementam sua mesa de trabalho. Se houvesse somente computador e materiais de consumo não ficaria claro que ali trabalha uma professora das séries iniciais. Por isso, fico encantada com o que vejo no cantinho da Fabi, porque é o cantinho da professora Fabi. E o resto do ambiente? O resto é sem comentários. Fiquei sem palavras. Parabéns, professora Fabi!



           Rosane Preciosa, em “Um Início”, p. 22, fala sobre a existência. “Existir é expandir-se. E nascer é o primeiro grande evento de qualquer um, aquele que inaugura nossa vocação de viajante. Cortado o laço umbilical, somos arremessados a um outro espaço-tempo, um território de existência (...)”. 
        Penso que o “Cantinho da Fabi” é uma extensão daquilo que vive na própria família. Na verdade, não existe um cordão umbilical neste sentido, se conseguimos ser esposas, mães e profissionais e, no caso da Fabi, profissional da educação, de forma que não haja separação de um lado do outro, ou seja, dos papeis de esposa, mãe e profissional, que se misturam em nossa vida-viagem, pois, nós, mulheres, temos vocação de viajante em cada aspecto da vida e, na medida certa.

Fonte de pesquisa:
PRECIOSA, Rosane. Produção estética : notas sobre roupas, sujeitos e mdos de vida. São Paulo : Anhemb, Morumbi, 2005, p. 17-30.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Capoeira




        Apresentação de alunos, no lançamento da Campanha do Agasalho, em Balneário Pinhal – demonstração de agilidade e precisão de movimentos de dança que muito sabiamente foram utilizados para luta. Hoje, é diversão que atrai olhos encantados, ao som da música e agilidades típicas de uma raça. Na sala de aula, sempre se destacam dons no “Show de Talentos”, e muitos fazem apresentações espontâneas no recreio.
           O artigo “Faz de conta, aprendizagem e infância viva”, p. 12-15, destaca: 

“As crianças com uma longa história de brincar juntas em sua cultura de pares compartilham um sentido de comunidade e de controle em suas vidas. Elas também se divertem e compartilham a alegria de sua infância a seu próprio modo”.
         O que dizer da capoeira? Em nossos dias é jogo-dança, onde cada um vai exibindo sua agilidade, numa apresentação espetacular e motivadora de novos talentos.

Fonte de pesquisa: 
Revista Pátio Educação Infantil, nº 27.

domingo, 26 de junho de 2011

Animais de Estimação


         Animais de estimação compensam o trabalho que dão, trazendo alegria e fazendo companhia aos seus donos. Na escola, a professora Jaque fez a eleição de um bicho de estimação e, em forma de rodízio, o aluno que o leva para casa cuida o brinquedo de forma adequada, trazendo-o no dia seguinte para que outro colega possa fazer o mesmo.
        Segundo Maria Borja Solé - precursora da organização de brinquedotecas como espaços educativos públicos - em entrevista à Revista Pátio - nº 27 - "O jogo é uma atividade realizada na primeira etapa de vida pelos mamíferos superiores: ratos, golfinhos, macacos etc. Qual a criança que não brincou com cachorros ou gatos nos primeiros meses de vida? Falar de jogo humano é uma maneira de centrar a capacidade lúdica dos mamíferos na ludicidade própria de nossa espécie, dando-lhe especificidade e mostrando que ele tem uma singularíssima importância para o desenvolvimento da pessoa."
                       É interessante o cuidado que dispensam ao hospede e a responsabilidade demonstrada nesse vai e vem. Além do carinho pela professora que compartilha os seus desejos e elogia-os pela atenção e cuidados dispensados ao “bichinho.” Porém, às vezes, a professora precisa repreender o aluno por atitudes erradas em relação aos cuidados com o “bichinho de estimação” da turma, que pode causar doenças, principalmente, no inverno. Como mãe e meu esposo, como pai, já repreendemos duramente nosso filho adolescente que numa época considerava nossa cadelinha Pit como “anigente”,ou seja, estava dando  mais valor pra Pit do que pra seus pais, o que ficava a simples menção que a daríamos  para outra pessoa. Chorava e brigava sem parar, sendo que ele mesmo nunca fora responsável pela Pit. Este é só um  dos aspectos intrigantes da vida contemporânea, onde as relações e sensações estão além das experiências humanas comuns, mas que acabam trazendo problemas nos relacionamentos. O perigo são os extremos: alguns têm total desprezo  pelos animais domésticos familiares; outros têm amor  em excesso por estes animais, o que se comprova pela maneira como os tratam, isto é, como gente, isolando-se das pessoas e, por suas ações e apego, prejudicam até o(s) animal(is) nesta nova relação homem animal. O filósofo Deleuze diz, numa entrevista, que manifesta interesse pelos “animais domésticos familiares” como o piolho, porque não é animal doméstico, seja este gato ou cachorro, mas o tipo  dominante  contemporâneo da relação do homem adulto com o animal. Estas são relações que humanizam o animal, “nas quais o animal se torna  uma prótese afetiva,com quem se tem uma relação  de projeção e poder.” Assim, alguns animais trazem status para seu dono e circulam  por estabelecimentos comerciais outrora somente próprios para pessoas. Deleuze diz que “ o importante é ter uma relação animal com animal”, e não familiarizá-lo, não humanizá-lo. Todo animal tem seu mundo, e isto tem que ser respeitado tanto pelo adulto, como pela criança ou adolescente, para que possamos viver no nosso mundo e não “a vida de todo mundo.”


Fontes de pesquisa:

  • Revista Pátio  Educação Infantil, nº 27 – entrevista – Maria Borja Solé.
  • Artigo “Formação Estética, Saber, Subjetivação, Contemporaneidade.”  Cynthia Farina – na entrevista “Deleuze e o Abecedário” (1987 e 1998).

  

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Metamorfose

Na nossa prática pedagógica não fazemos a metamorfose apresentada pelo artista, mas fazemos pequenos avanços diários para que o aluno possa fazer a passagem transformadora de lagarta para borboleta. E as cadeiras - da obra "Jardim da Infância" - não são meros objetos, pois transformam-se de acordo com a atividade proposta. Registro fotográfico da apresentação artística do lançamento da Campanha do Agasalho/ 2011, do Balneário Pinhal/RS.

Cadeiras - Parte I

           Chega mais para perto e fale o que quiser”. Este verso da música que o rei Roberto fez para cantar com Chitãozinho & Xororó mais a relação que ora faço com adultos  ocupando “as cadeiras” da obra “Jardim de Infância”, de Lia Menna Barreto, me lembram a hospitalidade do gaúcho que “ao sabor do chimarrão  proseia sobre sua vida”, mesmo com desconhecidos, porque estes logo se tornam seus amigos.
           Amizades deste tipo – ao primeiro contato – amizades rápidas e conversas com  objetivos comuns deveriam acontecer entre os profissionais de qualquer escola. Acolhimento sincero para quem chega; um convite à roda de amigos e colaboradores que irão trabalhar no objetivo de acolher sempre novos alunos, novos na série ou novos no ingresso ou por transferência. O ritual de criação de vínculos virá em auxílio e, em muito, na aprendizagem. Se o adulto precisa se sentir seguro no ambiente de trabalho, quanto mais os alunos precisam sempre se sentir seguros em mãos e ambientes diferentes.
           Assim, poderíamos cantar na escola: “Aluno chega mais pra perto/pergunta o que quiser/o professor está aqui/vai sempre  te auxiliar”. Quão bom é sentir-se acolhido e contar com novos amigos no ambiente escolar, quer sejamos alunos ou profissionais da educação, porque todos temos carências e necessidades que somente  “o olhar amigo de alguém” pode fazer a diferença.



.                               Cadeiras – Parte II

“Amigo arrasta uma cadeira
Chega mais pra perto e fale o que quiser
Fale o que tiver vontade”
          Fazendo aplicação à prática pedagógica, destes versos, no ensino fundamental: é comum, no currículo por atividades, o uso da técnica “Hora da Novidade”, pelo menos uma vez por semana, quando cada aluno pode contar “o que tiver vontade”, reunidos em círculo ou de outra forma, compartilhando com todos acontecimentos relevantes na família, rua, bairro, noticiários  ou presenciados no trajeto da escola .Dependendo do nível da turma, dá-se sequência com atividades de expressão escrita em qualquer componente curricular ou simplesmente expressão artística.
     Tenho boas lembranças do uso desta técnica com alunos do pré-escolar, num Projeto de Verão, implantado na escola estadual do Balneário Pinhal, aplicada diariamente, culminando sempre com a exposição dos desenhos produzidos num quarto da folha de ofício no mural, o que permitia à criança mais explicações espontâneas mesmo em outro dia. Surge a questão: se é tão bom e produtivo com “os pequenos”, por que não usamos variações com “os maiores”, como por exemplo, o Álbum da Novidade (ou diário)?
     Portanto, um projeto assim pode nascer da necessidade da criação de entrosamento com colegas e professores, e continuado pela necessidade de fazer mais e mais amizades. Seja pela expressão oral, escrita ou artística e, de forma quase natural, pode dentro do ambiente escolar, o que hoje ocorre via “internet” e os mais variados meios de relacionamentos, com a vantagem  de podermos conhecer, de fato, quem é o nosso amigo.

                                Cadeiras – Parte III
           Mesmo que nos chamem de bregas, deveríamos utilizar partes de músicas como “Arrasta Uma Cadeira”, música que tanto me inspirou  nessa atividade, onde pude fazer relações com as imagens revistas no Curso  e relembrar boas aulas produtivas que desenvolvi ao longo da carreira profissional.
           Experiência marcada por atividades em círculo, tanto na apresentação inicial de um projeto, quando dispensava as cadeiras e sentava com os pequenos no chão. Com os alunos maiores do ensino fundamental, tanto como docente ou substituta e em qualquer componente curricular, nunca deixei de aproveitar bem atividades descontraídas, com o que a maioria dos alunos mais gostam de fazer, ou seja, “jogar bola”, incentivando sempre os mais tímidos a participarem da “rodinha”. Depois, em sala de aula, aproveitava para conversar e fazer sugestões.
           As cadeiras em círculo são um convite para conversas pedagógicas produtivas, mas não podemos esquecer de cumprir bem nosso papel de mediadores entre os alunos falantes e os alunos tímidos que podem muito bem ser comparados àquelas imagens de cadeiras quebradas, que precisam de alguém habilidoso no seu conserto. Em sala de aula, este é o papel do professor: transformar defeitos em qualidades, E os piores alunos são os que mais precisam de bons professores.



“Minha Viola”

               Este é o título da música infantil que mais usei durante a docência ou como substituta com turmas do ensino fundamental.
               Relembro do jeito maroto do Rafael – 1°ano do ensino fundamental de 9 anos, da escola estadual – turma que substitui no último dia  antes da aposentadoria. Ao ver-me, começou a cantar, imitando o toque da viola. Foi o único da turma que decorou a letra com base nas notas musicais.
               O paralelo que ora traço com a obra da artista que nos inspira mais uma vez no Curso e, que talvez nos inspire mais na vida, é que a viola também convida à roda de amigos e, mesmo que só um saiba tocá-la, todos podem cantarolar as canções que forem sendo ensaiadas. 
                Na escola , há um ensaio diário ao toque de um instrumento invisível para que todos possam acompanhar  no seu ritmo o toque do(s) professor(es) para que, durante as atividades, todos possam ver o valor do esforço em estudar e participar ativamente.
               Que professor não deseja que todos os seus alunos acompanhem  o ritmo da turma para poder avançar nos conteúdos e, de tempos em tempos, em círculo parar para conversar, avaliando assim o seu trabalho pedagógico e oportunizando a cada aluno uma auto-avaliação do próprio desenvolvimento.
               Se eu estivesse no lugar do professor, cantaríamos versos das músicas preferidas (Minha Viola etc.), e alguém (rei Roberto) ou uma dupla (Chitãozinho & Xororó) ou trio (Roberto Carlos e a dupla...) ocuparia o centro da roda (Show de Talentos) em sala de aula. E poderíamos encerrar cantando : Foi bom criançada (ou garotada)/ Foi bom, foi muito bom!


Fontes inspiradoras: 
* Obra "Jardim da Infância", Lia Menna Barreto.
 * Música "Arrasta Uma Cadeira", de Roberto Carlos.
* Música infantil “Minha Viola”